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06 Jun 2022

Taxa de desemprego recua a 10,5% no trimestre encerrado em abril, diz IBGE

Resultado é o menor o período desde 2015, quando a taxa era de 8,1%; no trimestre móvel encerrado em janeiro, o resultado foi de 11,2%, e no acumulado dos três meses encerrados em março, foi de 11,1%

 

A taxa de desemprego no país ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril de 2022. O resultado ficou abaixo do verificado no trimestre móvel anterior (encerrado em janeiro, de 11,2%) e também abaixo do resultado de abril de 2021 (14,8%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre encerrado em março, a taxa estava em 11,1%, e no de abril de 2021, em 14,8%.

A taxa de 10,5% é a menor para um trimestre encerrado em abril desde 2015 (8,1%).

O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de 25 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de 10,9% no trimestre encerrado em abril. O intervalo das projeções ia de 10,7% a 11,2%.

Desta maneira, o mercado de trabalho manteve, no trimestre encerrado em abril, a queda do desemprego observada desde o período de maio a junho de 2021. A avaliação foi feita pela coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, ao divulgar os dados da Pnad Contínua.

“Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, diz ela.

No trimestre até abril, o país tinha 11,3 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 5,8% frente ao trimestre anterior (menos 699 mil pessoas) e queda de 25,3% frente a igual período do ano anterior (menos 3,8 milhões de pessoas).

Entre fevereiro e abril, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 96,5 milhões de pessoas, o maior já registrado na série da pesquisa, iniciada em 2012. Isso representa um avanço de 1,1% em relação ao trimestre móvel anterior, encerrado em janeiro (mais 1,1 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre do ano anterior, subiu 10,3% (9 milhões de pessoas).

Segundo Adriana Beringuy, os aumentos da ocupação se deram nos grupamentos de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais e outros serviços. Os demais grupamentos ficaram estáveis.

“O grupo administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabelereiros, manicure e esteticista”, afirma

Já a força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 107,9 milhões no trimestre até abril de 2022, 0,4% a mais do que no trimestre imediatamente anterior (mais 384 mil pessoas), e 5,1% acima de igual período do ano anterior (mais 5,2 milhões de pessoas). O montante também é recorde para a série da pesquisa.

A necessidade de aumentar a renda da família diante de queda do rendimento pode estar por trás do crescimento da força de trabalho, segundo Adriana Beringuy.

A renda média dos trabalhadores ficou em R$ 2.569 no período, uma variação de apenas 0,1% frente ao trimestre anterior (classificada como estabilidade por estar dentro do intervalo estatístico) e uma queda de 7,9% frente a um ano antes.

“A gente sabe, pelas estimativas da Pnad Contínua, que a renda do trabalho representa cerca de 70% da renda total do domicílio. Então, é possível que, em função de um rendimento menor individual via trabalho, acabem mais pessoas buscando emprego, nesse processo de composição da renda domiciliar”, explicou Adriana.

 

Mão de obra desperdiçada

O país tinha 26,1 milhões de trabalhadores subutilizados no trimestre encerrado em abril de 2022, segundo a Pnad Contínua. Os dados mostram que houve queda de 6% (menos 1,7 milhão de subutilizados) frente ao trimestre móvel anterior e retração de 22,5% (menos 7,6 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2021.

O contingente de trabalhadores subutilizados, também chamada de “mão de obra desperdiçada”, compreende desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e os trabalhadores que não buscam emprego, mas gostariam de trabalhar. O indicador é um bom termômetro do mercado de trabalho, por englobar a subocupação e a desistência da procura por trabalho.

O contingente correspondia a 22,5% da força de trabalho ampliada do país (que soma a força de trabalho com a força de trabalho potencial), a chamada taxa de subutilização, no trimestre encerrado em abril. É a menor taxa para o trimestre desde 2016 (20,1%). O indicador era de 23,9% no trimestre encerrado em janeiro de 2022 e de 29,6% em igual período de 2021.

Fonte: Valor Econômico, por Lucianne Carneiro, em 31/05/2022.